Com a autorização da revista internacional de improviso Status, Luana Proença e Davi Salazar traduzem e gravam em português o conteúdo mensal da revista.
SIM, existe uma revista mensal sobre Impro que questiona e valoriza o que fazemos, E seu conteúdo é disponibilizado em português AQUI por escrito, e em áudio em nosso PODCAST no Spotify: Revista Status - PT.
A revista STATUS é publicada mensalmente e virtualmente em espanhol, inglês, italiano e francês. Informações e assinaturas: https://www.statusrevista.com/.
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por Feña Ortalli
Qual é o grau de influência das culturas dominantes em nosso improviso?
Não é novidade que as culturas dominantes, especialmente no mundo do entretenimento, têm um grande impacto sobre as demais. Uma grande porcentagem dos filmes e programas de TV que consumimos acaba sendo a principal influência para muitas pessoas que improvisam. E isso só ajuda a exportar a sua cultura, tradições e história para o resto do planeta.
Sabemos os nomes das suas presidências, temos familiaridade com seus eventos históricos e quase à força sentimos empatia por seus exércitos heróicos em qualquer guerra.
Balasree Viswanathan (improvisadora indiana) contou certa vez que, durante seus primeiros passos como improvisadora nos EUA, ela teve que interpretar uma garota que deveria apresentar seu namorado à família durante um jantar de Ação de Graças. Bala se lembra de que, embora em sua realidade aquela situação nunca tivesse acontecido, ela sabia exatamente como se comportar.
O terreno "neutro" que compartilhamos com o resto do mundo replica uma realidade (e não é necessariamente a nossa).
A cultura dominante engolfa as demais.
É nosso trabalho e nossa responsabilidade acrescentar nossos próprios ingredientes, nossas histórias (e História), nosso folclore, nossas vestimentas, nossos nomes e nossa mitologia; evitar usar sempre o mesmo terreno neutro (falso) que perpetua as culturas dominantes.
E isso não acontece somente nas ficções que interpretamos no palco. Também vemos isso na maneira como a improvisação é ensinada por causa da filosofia onipresente do "sim, e", da veneração de determinados estilos e da validação automática de qualquer pessoa que tenha sido formada em uma das grandes escolas.
Cada pessoa de nós tem algo a acrescentar, sempre a partir de nossa própria perspectiva especial. Insistir em trilhar nosso próprio caminho em vez de usar as estradas já existentes é fundamental para o crescimento e a expansão do teatro improvisado.
Seu cognome/nome de família Afer implica que ele veio da área Afri de Cártago ou das regiões vizinhas. Também é possível que ele tenha vindo da antiga Líbia ou fosse outro tipo de norte-africano.
Terêncio Lucano, um senador romano, trouxe Terêncio Afer para Roma como uma pessoa escravizada, lhe permitiu acesso à educação e, mais tarde, impressionado com suas habilidades, libertou-o.
Durante sua curta vida, Terêncio Afer produziu seis peças: "Andria" ("A Moça Andriana", 166 a.C.), "Hecyra" ("A Sogra", 165 a.C.), "Heauton timoroumenos" ("O Que Pune a Si Próprio", 163 a.C.), "Eunuchus" ("O Eunuco", 161 a.C.), "Phormio" ("Formião", 161 a.C.) e "Adelphoe" ("Os Irmãos", 160 a.C.).
Em quatro delas, a anagnórise ocorre quando se prova que uma das moças é a filha há muito perdida de um cidadão respeitável, abrindo assim caminho para seu casamento.
Assim como Plauto, Terêncio adaptou peças gregas das fases finais da comédia ática, mas sua maneira de escrever as comédias era mais em um latim simples e coloquial, agradável e direto, embora menos visualmente bem-humorado.
Embora Terêncio aparentemente tenha sido bastante fiel a seus modelos gregos, Luscius Lanuvinus, que lançou uma série de acusações contra o recém-chegado, alegou que Terêncio era culpado de "contaminação" por incorporar material de fontes gregas secundárias em seus enredos.
Quando tinha aproximadamente 25 anos de idade, Terêncio viajou para a Grécia a fim de reunir materiais para suas peças e nunca mais voltou.
Devido à sua linguagem clara e divertida, as obras de Terêncio foram muito usadas por mosteiros e conventos durante a Idade Média e o Renascimento. Embora as peças de Terêncio frequentemente tratassem de material pagão, a qualidade de sua linguagem promoveu a cópia e a preservação de seu texto pela igreja. A popularidade de Terêncio durante a Idade Média e o Renascimento é atestada pelos inúmeros manuscritos que contêm parte ou a totalidade de suas peças.
A preservação de Terêncio pela igreja permitiu que seu trabalho influenciasse grande parte da dramaturgia ocidental posterior. Montaigne, Shakespeare e Molière o citam e imitam. Algumas das pessoas estudiosas da dramaturgia dizem que as peças de Terêncio formam a base da moderna comédia de costumes.
As estudiosas modernas têm se preocupado com a questão de até que ponto Terêncio foi um escritor original, em oposição a um mero tradutor de seus modelos gregos.
No entanto, ele se revela algo mais do que um tradutor. Primeiro, ele demonstra originalidade e habilidade na incorporação de material de modelos secundários e, talvez, de sua própria invenção. Em segundo lugar, seus modelos gregos provavelmente tinham prólogos expositivos, informando o público sobre fatos vitais, mas Terêncio os cortou, deixando o público na mesma ignorância que suas personagens. Essa omissão aumenta o elemento de suspense, embora a trama possa se tornar muito difícil de ser acompanhada pelo público.
Há muito tempo, Terêncio é identificado com a África e anunciado como o primeiro poeta da diáspora africana.
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Daniel Orrantia tem uma energia muito especial. Ele é calmo, inteligente e preciso. Parece que, dentro dele, vivem milhares de histórias, personagens e universos. Mas, ao mesmo tempo, você tem a impressão de que ele sabe exatamente quando abrir o portão e liberá-los.
O que você queria ser quando era criança?
Robin Hood, Indiana Jones, um ninja.
Por quê? O que chamou sua atenção nessas personagens?
Elas estavam sempre em uma aventura. E lutando por algo justo. Exploravam mistérios e viviam na floresta. Sabiam usar o arco e o chicote e podiam fugir sem serem vistas.
O quão perto você esteve de conseguir isso?
Em minha imaginação, sempre. Às vezes sonho com coisas assim. Aprendi a usar o arco na liga de arco e flecha em Bogotá; gosto da qualidade dos movimentos das artes marciais e tento imitá-los; e imagino histórias que enriquecem minha vida cotidiana.
Como você chegou ao mundo do teatro?
Quando criança, eu sempre fui fascinado por fingir ser outra pessoa. Eu fazia minhas próprias fantasias e brincava sozinho no jardim da minha casa, imaginando todos os tipos de histórias. Na escola, tive a sorte de ter pessoas professoras que me encantaram com o teatro. Minha primeira vez no palco (além das inúmeras vezes em que fui a árvore no especial de Natal) foi em “Matilda”, de Roald Dahl. Fiz o papel do pai de Matilda e, no final do espetáculo, senti uma conexão especial com o público. Sem saber, eu já estava ficando viciado naquela sensação incrível de estar em um palco.
E como o improviso apareceu em sua vida?
Uma dessas pessoas professoras fantásticas que tive queria encenar peças como “O Sétimo Selo”, de Bergman. Aprendíamos nossas falas sem saber exatamente o que significavam e, para tornar as coisas mais interessantes e enlouquecer a professora, mudávamos a história ou escondíamos os adereços, de modo que tínhamos de inventar uma maneira de "sobreviver" no palco de forma mais espontânea. A professora percebeu o que estávamos fazendo e decidiu nos dar alguns exercícios de improvisação como aquecimento em todas as aulas. Foi fantástico!
Se naquela época você usava a impro para criar uma maneira de ganhar espontaneidade, para que a usa agora?
Mais do que ganhar espontaneidade, acho que é sentir que o momento está vivo. Esse jogo inesperado exige que você esteja em estado de alerta, que jogue com o máximo de sua capacidade e que se conecte com as outras pessoas.
Acho que agora procuro maneiras de manter esse jogo um pouco mais difícil do que acho que posso enfrentar. É um desafio manter essa centelha, esse momento de foco especial para dançar com esse mistério. É muito gratificante, mesmo quando o resultado não é algo de que você sinta orgulho. Tento confiar e aproveitar essa sensação, fazendo o melhor que posso e explorando ferramentas para manter esse desafio interessante.
Quando estamos muito confortáveis, paramos de improvisar. Quais são as coisas que mais o desafiam neste momento?
Há um estado especial no qual você entra ao improvisar. [Keith] Johnstone o chamou de transe, outras pessoas o chamaram de fluxo. Parece fácil e, misteriosamente, é, uma vez que você consegue entrar. Mas é muito delicado, se você estiver surfando nessa "onda", não pode se distrair, porque quando percebe que está na onda, você cai. Meu desafio é encontrar maneiras de entrar e permanecer nesse estado.
O que o ajuda a entrar e permanecer nesse estado?
Estou muito interessado em trabalhar a partir do impulso. Encontrar a quantidade certa de energia para manter o foco e confiar que a improvisação aparecerá no momento certo. Acho que o fato de você, como pessoa em cena, se sentir perdida e saber que o que você faz é impossível, também a força a entrar nesse fluxo. É um ato que exige coragem, uma força que está sempre presente, que a chama, procura por você e, se você tentar evitar enfrentá-la, é aí que o conforto e a repetição acontecem.
Durante vários anos, você combinou seu trabalho em Bogotá com longas viagens pela Europa (e outros lugares). O que você mais gosta em viajar? O que menos lhe agrada?
Quando viajo, sinto uma enorme satisfação em compartilhar a improvisação com muitas pessoas diferentes. Acho que uma boa pessoa improvisadora é aquela que consegue improvisar com qualquer outra, independentemente das diferenças ou do nível de experiência, e essa troca funciona muito bem quando se está em turnê. Alguns festivais e encontros permitem isso, mas eu gostaria de poder explorar junto com outras pessoas em laboratórios que permitam uma colaboração mais profunda por períodos mais longos.
Conte-me sobre uma meta alcançada e uma que você ainda precisa alcançar.
Estou muito feliz por poder organizar e realizar passeios que me permitiram visitar lugares e conhecer pessoas sobre as quais sempre tive curiosidade. É um desafio bastante exigente, mas, ao mesmo tempo, é fascinante.
Uma nova meta é gerar espaços de exploração, formar elencos/encenações e criar por meio da colaboração. De certa maneira, essa já é uma meta cumprida, mas a preocupação é como levar esses processos a uma busca mais completa, uma colaboração mais profunda, uma troca que sirva de inspiração e desafio. Eu adoraria fazer parte ou criar espaços de residência para explorar com outras pessoas improvisadoras.
Com Felipe Ortiz você formou uma dupla maravilhosa no espetáculo “Speechless” [“Sem palavras”], uma proposta em que você trabalha com o corpo e o silêncio. Que vantagens você encontra em deixar as palavras de lado ao improvisar?
O “Speechless” tem sido uma oportunidade maravilhosa de encontrar formas universais de comunicação. Há um tipo muito especial de escuta quando não se tem palavras. Aprendi a ficar mais calmo, a deixar a terra das ofertas com um tempo mais preciso, a estar presente na quietude e no silêncio. É fascinante encontrar maneiras de contar histórias de forma visual e ter a oportunidade de explorar mundos impossíveis e surreais. Sem dúvida, é um dos projetos mais gratificantes de minha carreira.
No que você está trabalhando agora?
Na mesma coisa que sempre trabalhei: tentando dominar o mundo! (risos)
Tive muita sorte com a turnê deste ano e tenho a alegria de voltar à Europa em setembro e outubro para participar de um festival e trabalhar com alguns grupos. Estou analisando a possibilidade de criar e/ou participar de residências ou formar grupos para explorar a técnica com outras pessoas improvisadoras e artistas.
Graças às suas viagens, você teve a oportunidade de improvisar com muitas pessoas. Existe alguma pessoa improvisadora com quem você sempre quis trabalhar e ainda não cruzou o caminho?
Sinto falta de muitas colegas maravilhosas que não vejo há muito tempo.
Na Eslovênia, se fala de um grande improvisador chamado Bill Baw Montevideo. Inspirador, caloroso, generoso, humilde, cheio de histórias e bons conselhos. Arriscado, perigoso, mítico, efêmero e difícil de encontrar.
Presumo que essa pessoa seja como “Blacaman, el Bueno: o vendedor de milagres” (um conto de Gabriel García Márquez) ou “Indio Sagoza Rondín, o encantador de serpentes” (um viajante mítico da Colômbia)
Quando você é uma pessoa improvisadora, tem a sorte de cruzar com as pessoas mais fascinantes do mundo e isso me faz sentir muito sortudo. Acredito que haverá muito mais pessoas incríveis na estrada da impro e é por isso que nunca me canso de percorrê-la.
Última pergunta, Dani... quem você acha que deveríamos entrevistar?
Eu acharia muito interessante que você entrevistasse uma pessoa improvisadora que está dando seus primeiros passos no palco. Alguém que acabou de entrar no mundo da improvisação.
Penso em Memo, um amigo pianista que acabou de conhecer o teatro improvisado.
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Eu acredito que podemos ter mais tipos diferentes de docentes de improv. Para lhes incentivar a começar, ou para melhorar seu ensino, todos os meses compartilharei uma dica e um exercício.
Você faz aulas regularmente (de qualquer coisa)? Especialmente se você for uma pessoa que ensina improvisação, eu espero que sim. Porque o fato de estar como estudante novamente pode lhe dar muitas informações sobre o ensino.
Acabei de voltar de um curso de dança de seis dias e quero compartilhar com vocês uma das ideias que tive:
Compreender a diferença entre uma meta de processo e uma meta de resultado.
Ok, isso parece um pouco conceitual. Mas tudo ficará mais evidente com um exemplo, espero.
Digamos que, como docente, você convide as pessoas participantes a fazer um exercício de espelhamento em duplas. A jogadora A fica na frente da jogadora B e tenta acompanhar os movimentos da jogadora B.
Uma meta de resultado para esse exercício poderia ser: "Você deve usar da maior precisão possível ao acompanhar os movimentos da pessoa que é a sua parceira. Assim, mal podemos ver quem está liderando ou seguindo."
Uma meta de processo poderia ser: "Enquanto você se espelha, veja se consegue encantar a pessoa que é sua parceira. Talvez fazendo isso de maneira simples ou surpreendendo-a. Tente! Experimente!"
Qualquer um desses objetivos é válido e interessante, e a escolha de qual deles usar depende do seu foco na aula. Mas aqui está a grande percepção que tive ao voltar a ser estudante:
Tenha muito cuidado ao oferecer feedback sobre o resultado, quando você tiver dado uma meta de processo.
Isso significa que, se você pedir à turma que encante a pessoa que está com sua parceira, não dê a ela feedback sobre a precisão com que se espelharam uma na outra. Esse não é o objetivo do exercício e ainda impede que a turma se comprometa de fato com a meta que você está estabelecendo. A sensação de que podem lhe pegar de surpresa com uma meta secreta e a crítica que a acompanha diminui a sensação de segurança da pessoa estudante.
Ou, pelo menos, foi o que aconteceu comigo. Ui!
(Mas depois me dei conta de que poderia escrever sobre isso, e tudo voltou a ficar bem!)
Como muitas das pessoas que são minhas colegas, comecei meu caminho na improvisação fazendo cenas curtas, rápidas e eficazes. Com o tempo, descobri que, quando estava no palco, precisava de duas coisas: tempo e espaço.
Tempo para revelar, desenvolver e aprofundar cada um dos elementos que formam uma peça teatral; e espaço para respirar, observar e expandir a encenação, as personagens, os diálogos e a narrativa.
Essa pesquisa me levou a mergulhar em dezenas de textos escritos por pessoas mais inteligentes e mais experientes do que eu, o que me permitiu incorporar elementos da dramaturgia clássica e moderna e adaptá-los à cena improvisada.
Sempre gostei de contar histórias, mas com o tempo aprendi (e ainda estou aprendendo) a fazer isso melhor.
O que é dramaturgia?
Dramaturgia (do grego δραματουργία) é a ação de criar, compor, encenar e representar um drama, transformando-o em um espetáculo teatral. Seu objetivo é dar ao texto e ao trabalho de artistas uma estrutura coerente.
Porque uma coisa é contar histórias e outra é colocá-las no palco. Para isso, temos de transformar a narração em diálogos, imagens e ação. E temos que fazer isso improvisando.
E tudo isso enquanto brincamos, falamos, pensamos, sentimos e nos movimentamos a sós ou em conjunto com outras pessoas. Parece difícil, não é?
Não vou mentir para você, é verdade. Mas ao incorporar certas ferramentas e entender como e quando usá-las, isso se tornará muito mais fácil.
Você quer ir além do formato curto e contar histórias mais complexas?
Então, você precisa de boas bases e de uma estrutura sólida e coerente. Ao incorporar a noção de dramaturgia improvisada, você será capaz de:
- Reconhecer e usar estruturas narrativas clássicas.
- Encontrar a dramaturgia do instante.
- Descobrir como levar uma história adiante simplesmente expandindo cada detalhe da plataforma.
- Atrasar conscientemente a resolução por meio do uso de ajudas e obstáculos.
- Aprofundar os conflitos externos e internos das personagens.
- Amarrar as pontas soltas e encontrar a resolução lógica.
- Identificar o motivo pelo qual você está contando a história.
Há alguns anos, Gael Doorneweerd-Perry teve uma ideia maluca. Ele convenceu várias pessoas docentes a gravar diferentes cursos em vídeo para oferecer em uma nova e empolgante plataforma: The Improv Learning Center [“O Centro de Aprendizagem de Improv”]
Eu gravei um curso em vídeo sobre Dramaturgia Improvisada. Vasculhei meus antigos cadernos de anotações para compilar conceitos, textos e exercícios para que as pessoas possam aprimorar suas habilidades narrativas e incorporar ferramentas específicas de dramaturgia. Infelizmente, o projeto foi cancelado (ou adiado, quem sabe?), mas eu já tinha todo o trabalho feito.
Então, por que não oferecê-lo novamente?
Improvised Dramaturgy é um curso em vídeo [em inglês] para quem improvisa e estudantes de nível avançado que desejam ir além de espetáculos curtos e jogos de impro comuns e buscam melhorar a qualidade e a profundidade de suas histórias para criar peças de teatro de improviso.
O curso em vídeo já está disponível em Global Impro (com um desconto de 25% até 31 de agosto).
Como funciona um curso em vídeo?
Ao se inscrever no curso, você terá acesso aos diferentes módulos que compõem a proposta pedagógica. Em cada módulo, você encontrará vídeos, textos e exercícios relacionados a cada objetivo.
A parte mais importante é que você terá acesso ilimitado a esses recursos para que possa voltar a eles sempre que quiser ao acessar sua área pessoal.
Além disso, ao longo do ano, ofereceremos sessões ao vivo no Zoom, onde você poderá fazer perguntas, tirar dúvidas e praticar alguns dos exercícios com outras pessoas estudantes.
A principal vantagem do nosso curso em vídeo é que você pode fazer o curso no seu próprio ritmo e no seu próprio tempo.
Você quer improvisar histórias melhores?
Feña Ortalli - info@globalimpro.com
Por Enrique Guiñez e Pamela Iturra
Segmento coordenado por Luana Proença (luanamproenca@gmail.com)
[nota de tradução: manteremos o título do espetáculo sem mudança para a tradução de gênero neutra por justamente se tratar do título, uma referência de pesquisa e publicação].
Algumas das práticas pedagógicas comuns na América Latina que sempre me inspiraram no teatro são as chamadas Desmontagens Cênicas ou os estudos de Genética Teatral. Uma abertura dos processos de criação em que os espetáculos são "desfeitos" peça por peça para que possamos ver como aquele trabalho foi construído. Todos os meses, abrirei espaço para grupos e artistas abrirem suas criações para que possam nos inspirar e compartilhar seus métodos. Se quiser compartilhar o seu processo, entre em contato comigo, Luana Proença.
Esse é um daqueles artigos que enchem meu coração e minha curiosidade, porque são de pessoas do mundo da improvisação que leem a Status e este segmento e que entram em contato conosco para compartilhar seu trabalho. É disso que se trata esse segmento, você não precisa esperar por um convite ou nos conhecer diretamente, nós nos conheceremos por meio dessa troca. E como é emocionante apresentar um espetáculo com uma alegria tão maravilhosa, tantos arco-íris e referências a um dos meus programas de TV favoritos, combinando entretenimento e discurso político ao mesmo tempo! Por favor, aproveite, como eu, este texto sobre o espetáculo "Carrera de Improvisadores", do grupo Lospleimovil, do Chile.
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CARRERA DE IMPROVISADORES
Estreia: 2021.
Grupo: Lospleimovil, Santiago do Chile. @lospleimovil
Ideia original, direção e MC: Enrique Guiñez (Kiki)
Música: Matías Ramirez
Luzes: Rodrigo Barnao.
Audiovisual: Nicolás Muñoz.
Figurino: Hevelin Díaz.
Elenco e produção: Estudantes do nível avançado da Escola Lopleimovil que pertencem à comunidade LGBTQIA+
Um reality show improvisado
"Carrera de Improvisadores" é um espetáculo de improvisação inspirado no reality show “RuPaul Drag Race”, no qual diferentes personagens competem em cada episódio pela coroa da temporada. Inclui jogos com dificuldades, narração de histórias, shows de talentos, entrevistas, coreografias e lipsync. Além de ser um espetáculo de impro muito atraente, "Carrera de Improvisadores" se posicionou como um espaço de livre expressão e representatividade da comunidade LGBTQIA+ na cena teatral chilena, o que é possível graças à natureza diversa e inclusiva da escola de impro e do clube de Lospleimovil.
No início de cada temporada, há 12 pessoas participantes e, a cada semana, uma delas é eliminada de acordo com sua performance na improvisação e no desafio final. A votação é feita pelo público e por um júri formado por gente profissional da improvisação, artistas locais da comunidade LGBTQIA+ e artistas ilustres de temporadas anteriores. O último capítulo apresenta uma gala espetacular onde apenas uma pessoa levará o título de "grande vencedora"; receberá prêmios de companhias patrocinadoras e o prestígio de colegas; e uma incrível coroa. "Carrera de Improvisadores" é uma referência tanto na escola quanto na comunidade LGBTQIA+ do Chile.
Prontas, preparadas, vamos!
O espaço comunitário LGBTQIA+ foi inaugurado em 2019 no Club de Impro Lospleimovil após a encenação de "Amantes Gay", dirigido por Claudio Espinoza, e reaberto após a pandemia com "Open Impro Cola", dirigido por Enrique Guiñez em 2021. Esses espetáculos provaram que esse não era apenas um espaço necessário para a expressão criativa de estudantes e docentes da comunidade LGBTQIA+, mas também para um público crescente e entusiasta que ia ao teatro todas as quartas-feiras à noite. A partir dessa necessidade e de seu amor por impro e drag, o ator e professor Enrique Guiñez teve a ideia original do espetáculo. A estreia foi em setembro de 2021 e rapidamente se tornou um dos espetáculos de maior sucesso do ano.
Quartas-feiras à noite
O espetáculo começa muito antes do público entrar no teatro. Todas as quartas-feiras, o teatro é decorado com bandeiras do arco-íris e uma playlist antecipa que será uma noite especial. No meio do salão, há uma enorme passarela e um telão que anuncia as companhias patrocinadoras e os prêmios da temporada. O palco está cheio de purpurina e um grande painel de sombras está instalado em um dos lados do palco.
O "Carrera de Improvisadores" começa com a apresentação de Kiki, a anfitriã estrela do programa, que propõe novos desafios toda semana às pessoas participantes e surpreende o público ao dirigir o jogo com igual dose de drama e suspense. Kiki é caracterizada por suas roupas exóticas, sensualidade e caráter forte. Ela é uma personagem controversa, admirada e amada por sua exibição fantástica mas temida pelas dificuldades que coloca no caminho para a conquista da coroa. Em seguida, as pessoas improvisadoras são apresentadas por meio de uma coreografia em grupo e um desfile de suas personagens, representando a comunidade. A interação lúdica de Kiki com as protagonistas de cada noite é um preâmbulo divertido dos jogos de impro.
O primeiro jogo é um aquecimento e nenhuma participante é eliminada. Em seguida, vemos diferentes jogos narrativos para cada capítulo. Em um dos jogos, uma das pessoas atrizes profissionais do grupo Lospleimovil participa. O júri e o público votam em suas favoritas em cada parte e o grupo se torna menor. Uma modelo glamourosa interpretada por alguma das pessoas estudantes da escola também participa do processo de votação, enquanto Kiki interage com todo mundo. Quando os jogos terminam, há um espetáculo especial com pessoas artistas convidadas da comunidade LGBTQIA+: dançarinas, cantoras e comediantes, que também encontraram no "Carrera de Improvisadores" um espaço para mostrar seu trabalho e elementos da cultura, como Voguing e Drag. No final de cada capítulo, duas ou três pessoas improvisadoras se enfrentam em uma espetacular batalha de lipsync e uma delas é eliminada.
A família que escolhemos
A produção e os bastidores da "Carrera de Improvisadores" estão a cargo de uma equipe numerosa e diversificada. No início da temporada, o diretor oferece uma proposta criativa e seleciona o elenco e a equipe, dividindo as funções necessárias para o desenvolvimento do espetáculo. A partir desse momento, cada membro do elenco desenvolve sua própria personagem, trabalhando com criatividade para acrescentar uma história, uma corporalidade, características, talentos e um estilo único de figurino e maquiagem. Esse trabalho geralmente é coletivo, pois as pessoas artistas colaboram umas com as outras, compartilhando ideias e treinando em conjunto.
Os ensaios das coreografias e as sessões de foto/vídeo para a publicidade são conduzidos por profissionais da dança e do audiovisual; o projeto estético da temporada, incluindo cenografia, cenário e iluminação, é realizado pelos membros do elenco e pelo técnico; e a proposta musical é definida pela pessoa musicista e compositora profissional da companhia. O diretor cria a lista de jogos para cada espetáculo, decide o elenco de artistas a convite e organiza os ensaios. A direção de palco garante que tudo esteja em seu lugar. As pessoas improvisadoras cuidam dos adereços sem deixar de lado seu treinamento de impro, com aulas em grupo e individuais para aprimorar sua atuação.
O trabalho é árduo, vários elementos e muitas pessoas precisam se coordenar. Essa imensa criação coletiva conseguiu unir profundamente os membros da equipe e o elenco, tanto artística quanto pessoalmente. O grande valor agregado de "Carrera de Improvisadores" é o imenso amor que cada participante tem pelo projeto, algo que se amplia a cada temporada. Assim, a equipe e o elenco do espetáculo se tornam muito mais do que uma comunidade criativa, é a família que escolhemos.
Ligue os motores, deixe a corrida começar e que vença a melhor pessoa improvisadora!
Além de ser um espaço de expressão artística e um espetáculo regular no teatro, o “Carrera de Improvisadores” é também uma oportunidade privilegiada de desenvolvimento pessoal e artístico para estudantes da escola. Todas as pessoas envolvidas em qualquer temporada afirmam que o processo lhes impôs grandes desafios que as fizeram crescer e fortalecer suas capacidades de atuação e habilidades para a vida.
Na proposta criativa de cada espetáculo, há também uma proposta pedagógica envolvida, pois o objetivo é estimular, impulsionar e acompanhar o desenvolvimento da atuação de cada participante e gerar colaboração mútua entre colegas. Há desafios gerais e feedbacks individualizados, o que permite que cada pessoa viva uma experiência diferente que lhe possibilite desenvolver o amor próprio, a tolerância à frustração, o trabalho em equipe e a tomada de decisões. Em termos teatrais, os membros do elenco aprenderam sobre voz, movimento, atuação, encenação, luzes, maquiagem, cabeleireiro e figurino. Especificamente falando sobre impro, o elenco trabalhou em oferecer, aceitar, ouvir, julgar, investir, reagir, caráter e ambiente. Os membros do elenco dizem que encontraram um lugar para se expressar com liberdade, para apreciar sua imagem corporal, para explorar novos lados e para transmitir uma mensagem de igualdade. É por isso que, a cada temporada, há mais pessoas interessadas em participar e o espetáculo continua crescendo exponencialmente.
A corrida continua
Até hoje, houve três temporadas com mais de 100 pessoas artistas envolvidas com estudantes, improvisadoras profissionais e convidadas. Em 2022, “Carrera de Improvisadores” ganhou o prêmio nacional Éxodo de Melhor Peça de Teatro LGBTQIA+. Devido ao sucesso desse formato, há sequências e spin-offs que permitiram que mais participantes atuassem. A quarta temporada estreará no segundo semestre de 2023 e, pela primeira vez, terá um processo de inscrições abertas chamado "Road to Race 4".
Depois dessa experiência bem-sucedida, a comunidade LGBTQIA+ produziu outros espetáculos como "Lo que callamos los colas", "Amantes Gay, Queer y Lelas" e "Todo es rosa". Alguns projetos futuros incluem novas temporadas com diferentes formatos em colaboração com o grupo Impro4life. E, em 2024, o grupo Lospleimovil organizará um festival internacional chamado Impro LGBTQIA+ com o objetivo de dar mais visibilidade à comunidade por meio da impro e construir um teatro chileno mais igualitário, aberto, diverso e inclusivo.
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por Pamela Iturra (impro.lectora@gmail.com)
"Essays on Improv" [“Ensaios sobre Improv”] é uma compilação de perspectivas, pedagógicas e boas práticas
da rede européia internacional de pessoas improvisadoras The SIN. É um livro muito dinâmico, no qual se
manifestam os diversos pontos de vista das sete pessoas autoras (professoras e diretoras), com cruzamentos
interessantes entre impro e seus próprios interesses e paixões pessoais. Os tópicos são incrivelmente variados
: o método científico, filmes, videogames, amor, biologia e até músicas da Britney Spears. Ler esse livro é uma
experiência divertida, estimulante e inspiradora que oferece novas maneiras de pensar e entender a improvisação.
Além disso, ele nos dá um exemplo de como as pessoas que improvisam podem colaborar fora do palco,
explorando juntas e trocando livremente nossos conhecimentos, experiências e ideias para impulsionar a
pedagogia, a organização e a produção do teatro de improviso em nossas próprias comunidades. Aqui está
um pequeno resumo de cada ensaio com o convite para lê-los, pois tenho certeza de que, assim como eu,
você gostará dessa jornada colorida e eclética.
Improvisação e o método científico (Ben Verhoeven e Gael Doorneweerd-Perry)
O que acontece quando dois acadêmicos que praticam impro se encontram? Bem, eles começam a encontrar
paralelos entre a impro e a pesquisa e, é obviamente, a sistematizar as coisas. Neste texto, os autores explicam
como entender a impro a partir do método científico, analisar nosso desempenho, e criar um formato.
É muito interessante como eles aplicam os conceitos de observação, pergunta de pesquisa, hipótese,
experimento, análise de dados e conclusão à impro. Essa visão, durante os ensaios e as aulas, pode contribuir
para a compreensão do que fazemos e aumentar nossa liberdade criativa quando subimos ao palco.
Além disso, o texto vem com uma maravilhosa apostila com perguntas e atividades que conduzem o processo
criativo de um grupo para a formulação de um novo espetáculo. Um livro obrigatório para quem trabalha na
direção e criação.
Narrativa infinita (Manuel Speck)
Nesse divertido ensaio, o autor conecta a impro com filmes e videogames por meio do processo de criação de
um novo mundo, das personagens que o habitam e das histórias emocionantes que acontecem nele. Em sua
exposição, ele explica como criar um novo mundo que o público adoraria, com suas próprias regras e muitos
detalhes, e que despertaria a curiosidade e o fascínio. Ele nos convida a criar personagens inesquecíveis, com
características únicas e motivações bem delineadas, com as quais possamos nos identificar, que despertem nossa
admiração, compaixão ou simpatia. Em seguida, o autor fala sobre a relevância da trilha sonora, prestando
atenção ao papel crucial da pessoa que improvisa música. Por fim, ele nos convida a pensar sobre as histórias
que amamos e por quê. Toda a sua argumentação é atravessada por inúmeros exemplos de filmes e videogames
(clássicos, épicos, fantásticos, românticos, de todos os tipos). É por isso que o autor nos aconselha: todo
amante de cinema ou videogame deve experimentar impro.
ImproVVocal - improvise vocalmente suas histórias! (Martina Pavone)
Este ensaio, escrito com paixão e sabedoria, fala sobre as conexões entre a improvisação musical e teatral.
Com muita experiência e entusiasmo sincero, a autora explica o que é improvisação vocal, como a voz
funciona na expressão criativa e nos fala sobre seu modelo ImproVVocal, que ela usa para explorar os sons
e a voz para aplicar na narração de histórias, dando força às personagens, transmitindo emoções e acrescentando
música aos espetáculos. Ela nos fala sobre alguns formatos de impro musical e oferece um guia para começar
a praticar a impro vocal. Por fim, este ensaio fornece uma lista detalhada de ideias e exercícios para treinar o
ouvido, para qualquer pessoa improvisadora fazer sozinha ou com um grupo.
Biologia da impro: Habilidades dominantes e recorrentes (Gael Doorneweerd-Perry) Neste interessante texto, o autor parte de conceitos da genética para entender as habilidades envolvidas na
improvisação. A teoria é a seguinte: existem capacidades dominantes (ser uma pessoa faladora, ser alta ou grande,
ter uma voz aguda ou grave, fazer piadas, ser naturalmente carismática, ser ousada, ter o fator X, etc.) e
capacidades recessivas (ter uma voz suave, saber ouvir, ser uma boa contadora de histórias, ser boa a identificar o
que falta e a preencher os vazios, etc.). Quem improvisa pode ter ambos os tipos de competências, as dominantes
tomam o foco facilmente e as recessivas precisam de mais espaço para se desenvolverem.
O autor argumenta que ambos os conjuntos de competências são altamente necessários para que a impro funcione,
no entanto, as pessoas artistas que têm competências dominantes são normalmente mais valorizadas pelo público e
pelos seus pares do que uma jogadora com competências recessivas. Isto faz com que as pessoas jogadoras "recessivas"
subestimem o seu trabalho, o que afeta negativamente o trabalho de todas as outras. Assim, o convite deste ensaio é
para colocarmos o nosso foco nas que são artistas recessivas (ou movimentos recessivos) e valorizá-las: felicitando
este trabalho, celebrando-o e dando-lhe o crédito que merece.
Linguagens de amor na improv (Nora Mc Leese). Quando improvisamos, revelamos muito sobre quem somos, o que sabemos e o que pensamos. Neste ensaio, a autora
defende que os nossos comportamentos ao dar e receber amor influenciam a nossa impro. Como é que você ama?
Oferece incentivo, tempo de qualidade, presentes, atos de apoio ou contato físico? Estas cinco linguagens do amor são
revistas para nos mostrar como podem ser mostradas em palco através de personagens; e como podem ajudar o nosso
trabalho coletivo.
A autora oferece ideias fundamentais como: dizer em voz alta o que se pensa e sente; escolher atividades para as
personagens fazerem em conjunto enquanto conversam sobre outra coisa; compartilhar objetos que criamos com as
demais pessoas; cuidar das ofertas de nossas parcerias de cena e fazê-las crescer; estabelecer contatos físicos
significativos. Essas e muitas outras maneiras de aplicar esse modelo à impro podem ser uma boa contribuição para
a compreensão de nosso comportamento, nossa conexão com nossas parcerias de cena e a criação de personagens
mais complexas, com mais camadas. Conhecer as linguagens do amor é uma ferramenta útil para nos conectarmos
melhor com nossas parcerias como artistas e como personagens. Isso nos permite entender suas formas de dar e suas
preferências de receber e, com essa confiança, criar histórias verdadeiras e autênticas.
É improv, Bitch! (Nora McLeese)
Se você é fã da Britney, como eu e a Nora, esse texto fará todo o sentido. 25 das músicas mais conhecidas da
Princesa do Pop inspiram a autora a transmitir regras e conselhos impróprios. Por exemplo, com Lucky,ela nos lembra de considerar as ofertas de nossas parcerias de cena como presentes. Com Gimme more, ela nos
incentiva a aumentar essas ofertas. ComI'm a Slave 4 U, ela fala sobre a importância do trabalho em equipe e, com Toxic, ela nos aconselha a falar sobre
os comportamentos que não queremos em nosso grupo. I'm not a girl, not yet a woman, nos convida a criar uma grande variedade de personagens, e Piece of me nos pede para criá-los com verdade. Realmente, se você for fã da Britney, como eu e a Nora, esse texto fará todo
o sentido... Ops, eu disse isso de novo!
Como e por que escrever um código de conduta (Stephen Davidson)
Um código de conduta é um documento escrito com diretrizes para uma convivência saudável em um grupo de pessoas.
Este ensaio nos convida a desenvolver um código de conduta que reflita os princípios e a cultura de nosso teatro,
considerando a comunidade como um organismo vivo que assimila ideias, se adapta e se desenvolve. É por isso que
todo mundo deve ser consultado quando ele for escrito, concordando com as formas que desejamos receber tratamento,
os tópicos que serão abordados nos espetáculos, as ferramentas usadas por docentes, os limites físicos e simbólicos que
serão respeitados ao improvisar, as normas culturais e como o respeito à diversidade será expresso. O autor destaca a
importância dessa ferramenta para estruturar nossas comunidades por meio de expectativas compartilhadas que geram
confiança para criar com liberdade. No final deste ensaio, você encontrará uma série de exercícios para desenvolver o
código de conduta para seu teatro, escola ou grupo.
Você é alguém (Luana Proença)
Você já pensou: "Alguém deveria dizer àquela pessoa improvisadora para falar mais alto", ou "Alguém deveria dizer
àquela pessoa professora que a aula é muito curta", ou "Alguém deveria ter mudado a cena?”. Bem, você é alguém!
Nesse ensaio inspirador, a autora nos convida a nos reconhecermos. Em primeiro lugar, como pessoas únicas, com
pontos fortes pessoais que caracterizam nossa impro. E depois, como agentes ativos de mudança e transformação de
nossas próprias vidas, em nossas equipes, escolas, teatros e comunidades. A partir daí, ela nos convida a assumir a
responsabilidade de "ser alguém" e a tomar decisões sobre quem seremos. Quem sempre tem um conselho amigável?
Quem compartilha sua opinião com respeito? Quem se lança no desconhecido e muda o cenário? Seremos aquelas
pessoas que esperam em silêncio?
"Somos alguém que pode mudar. Que pode cometer erros. Que pode ser vulnerável. Que pode cair. Que seguirá em
frente ‘porque eu sei como recomeçar’. Somos alguém que tem poesia dentro de nós."
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