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Ep 09 - Status #153 - Março 2024

 Com a autorização da revista internacional de improviso Status, Luana Proença e Davi Salazar traduzem e gravam em português o conteúdo mensal da revista. 

SIM, existe uma revista mensal sobre Impro que questiona e valoriza o que fazemos, E seu conteúdo é disponibilizado em português AQUI por escrito, e em áudio em nosso PODCAST no Spotify: Revista Status - PT.

A revista STATUS é publicada mensalmente e virtualmente em espanhol, inglês, italiano e francês. Informações e assinaturas: https://www.statusrevista.com/










A tradução da revista é feita em linguagem de gênero neutra, sem a identificação de gênero do sujeito das orações quando generalizado.


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OPINIÃO

UM GRAU DE SEPARAÇÃO

por Feña Ortalli


A teoria dos seis graus de separação sugere que qualquer pessoa pode estar conectada a qualquer outra pessoa no planeta por meio de uma cadeia de conhecidas que não tenha mais do que cinco intermediárias, conectando ambos os indivíduos com apenas seis elos.

No mundo da impro, essa cadeia de pessoas intermediárias é drasticamente reduzida e, para exagerar um pouco, poderíamos dizer que apenas um elo nos separa de qualquer outra pessoa improvisadora do mundo. Graças a isso, sempre temos alguém com quem entrar em contato quando chegamos a uma nova cidade, o que nos permite conectar com a cena local, fazer uma aula, participar de um ensaio ou até mesmo subir no palco para improvisar com pessoas que não conhecíamos (ou nem sabíamos de sua existência) há apenas algumas horas.

No entanto, acredito que a maior vantagem dessa situação está no fato de que essa proximidade também nos permite ter referências bastante confiáveis sobre o profissionalismo e a qualidade humana das pessoas que habitam nosso micro universo.

Algumas ligações ou mensagens podem ser suficientes para obter informações em primeira mão sobre uma determinada pessoa. Não são rumores. Informação.

E acredito que é nosso dever responder a esses apelos de forma sincera, aberta e honesta. Todo mundo gosta de dar boas referências, mas será que temos preparação para dar referências ruins?

Em um mundo em que abundam elogios, apoio, aceitação e boas vibrações, é ainda mais crucial saber separar o joio do trigo e, embora possa ser difícil (e até contraproducente), é nosso dever alertar sobre os comportamentos não profissionais e prejudiciais de certas pessoas.

Você está organizando um festival? Está convidando docentes de outras comunidades para dar aulas em sua escola? Deseja formar uma dupla com alguém de outro lugar? Pergunte. Descubra. Investigue. Analise. Decida.



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BIO

ALFONSINA STORNI

por Feña Ortalli


Alfonsina Storni (1892-1938) foi uma poeta e escritora argentina associada ao modernismo que, juntamente com a chilena Gabriela Mistral e a uruguaia Juana de Ibarbourou, formou a vanguarda na luta para que as mulheres ocupassem posições reconhecidas nos espaços da literatura latino-americana.

Alfonsina nasceu em 29 de maio de 1892, em Capriasca, uma pequena cidade na Suíça; no entanto, quatro anos depois, a família voltou para a Argentina, primeiro em San Juan e depois em Rosário.

Durante sua juventude, ela trabalhou como garçonete no negócio da família, mas tudo mudou em 1907 com a chegada à cidade da companhia de teatro de Manuel Cordero, um diretor que excursionava pelas províncias argentinas. Alfonsina substituiu uma atriz que havia adoecido, o que a levou a propor à mãe que ela pudesse se tornar atriz e viajar com a companhia. Mais tarde, Storni estudou para se tornar professora rural e trabalhou como educadora em diferentes centros educacionais na cidade de Rosário.

Durante esse período, ela escreveu alguns poemas e peças de teatro. Sua prosa é feminista e, de acordo com a crítica, possui uma originalidade que mudou a direção da literatura latino-americana. Em sua poesia, ela se afasta do erotismo e aborda o tema de um ponto de vista mais abstrato e reflexivo.

Em 1911, ela se mudou para Buenos Aires e, em abril do ano seguinte, deu à luz a seu filho, Alejandro. Dois anos depois, começou a colaborar com a revista “Caras y Caretas”, o que lhe permitiu fazer viagens frequentes a Montevidéu, onde conheceu Juana de Ibarbourou e seu grande amigo, o escritor uruguaio Horacio Quiroga.

Em 1917, foi nomeada diretora do internato Marcos Paz e, por volta dessa época, começou a frequentar círculos literários e a dar palestras em Buenos Aires e Montevidéu. Ela também compartilhou a vida artística e cultural do grupo Anaconda com Horacio Quiroga e Enrique Amorín e ganhou vários prêmios literários.

Na década de 1930, ela viajou para a Europa e participou de reuniões do grupo Signos, com a presença de importantes figuras literárias, como Federico García Lorca e Ramón Gómez de la Serna. Em 1938, ela participou da homenagem que a Universidade de Montevidéu prestou às três grandes poetisas da América: Gabriela Mistral, Juana de Ibarbourou e ela mesma.

Afetada por uma doença terminal, em 25 de outubro do mesmo ano, ela cometeu suicídio na cidade de Mar del Plata, atirando-se do penhasco do Club Argentino de Mujeres.

A obra poética de Alfonsina Storni é dividida em dois estágios: um primeiro estágio, caracterizado pela influência de autorias românticas e modernistas, e o segundo, caracterizado por uma visão sombria, irônica e angustiada.

Sua trajetória literária evoluiu do romantismo para a intimidade do modernismo e depois para a vanguarda. O traço mais característico de sua produção foi um feminismo combativo evidente em poemas como "Tú me quieres blanca" ("Você me quer branca"), motivado por relacionamentos problemáticos com homens, decisivos na vida da poeta.

Storni também se aventurou na escrita de peças: em 1927, estreou "El amo del mundo" no Teatro Cervantes e, em 1931, publicou "Dos farsas pirotécnicas”, incluindo "Cimbellina en 1900 y pico" e "Polixena y la cocinerita". Em 1950, foi publicado "Teatro infantil", mas várias de suas obras para crianças permanecem inéditas.

A acadêmica chilena Elizabeth Frances Richter Barragán afirma que os escritos poéticos de Alfonsina apresentam um conjunto de metáforas e exercícios de introspecção que a tornam uma viajante dentro de si mesma.


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ENTREVISTA

URSULA ANNA BAUMGARTNER

por Feña Ortalli



"As pessoas artistas treinadas trazem consigo uma grande consciência de seus corpos e do espaço em que estão"



Assistir alguém que sabe o que está fazendo quando está no palco é simplesmente encantador. Essa combinação de presença de palco, experiência, formação, talento e tolice faz a diferença quando se faz teatro improvisado. E Ursula tem tudo isso.

Por que você improvisa?

Minha formação é em teatro musical, portanto, enquanto eu estudava, tivemos algumas aulas de improvisação. Mas sempre foi "apenas" uma parte do currículo, mais como um meio para um fim, uma ferramenta para potencialmente nos ajudar em nosso processo criativo e assim por diante... Eu não tinha ideia de que era uma forma de arte própria por um bom tempo.

Naquela época, eu gostava muito das aulas. O teatro musical pode ser muito "rigoroso", no sentido de que, se você não estiver no seu lugar na contagem de 5, pode ser morto por um dos seus colegas que está batendo em você ou por uma peça do cenário que está sendo empurrada contra você. Então, fiquei maravilhada com a liberdade absoluta que me foi concedida de repente.

Dito isso, eu só desfrutava desse tipo de liberdade no espaço seguro de uma sala de aula. Quando, anos depois, me pediram para participar de um espetáculo totalmente improvisado em um palco, na frente de uma plateia, achei que fosse ter um ataque cardíaco. Eu estava incrivelmente nervosa!

Mas eu fiz. E embora eu definitivamente não tenha gostado de tudo, continuei voltando. Posso ser motivada por um desafio, não gosto de deixar de fazer algo "só" porque tenho medo.

Hoje em dia, antes de um espetáculo de impro, consigo ficar animada, mas calma. Mas, de vez em quando, ainda tenho aquela velha sensação de "Por que diabos estou fazendo isso? Por que estou subindo em um palco na frente de pessoas sem ter a menor ideia do que está prestes a acontecer?". Não sei se isso vai desaparecer, e talvez não haja problema, desde que não me impeça de subir no palco. Porque, assim que dou esse passo, geralmente todo o nervosismo desaparece rapidamente.

Como vocês acabaram fazendo esse primeiro espetáculo totalmente improvisado?

Depois que terminei meus estudos, fui para a Alemanha por seis anos para trabalhar com teatro musical e, quando voltei, meu amigo e colega de curso Jürgen Kapaun me disse que estava em um grupo de impro chamado Sollbruchstelle AG e que a fundadora, Susanne Pöchacker, entraria em contato comigo, pois gostaria de adicionar outra mulher ao grupo. Nós nos encontramos, fiz um ensaio com o grupo e, de repente, em um domingo, recebi uma ligação: "Alguém teve que desistir, você pode fazer um espetáculo em duas horas?" Esse foi o “Sport vor Ort”, um espetáculo baseado no Theatresports no TAG, para uma casa cheia.

O grupo não existe mais, mas definitivamente tenho que agradecer a Susanne por ter me levado a esse caminho da impro.

Uau. Do que você se lembra desse espetáculo?

Que eu pensei que fosse morrer? Por alguma razão, lembro que Kathy Tanner também fazia parte do elenco. Lembro-me de ficar sentada à margem e observar com admiração essas pessoas improvisadoras profissionais. Eu podia me sentir aprendendo muito e melhorando só de observá-las.

Até hoje, adoro jogar com pessoas mais experientes do que eu, pois sempre acho que isso me torna uma improvisadora melhor.


E como você começou a fazer teatro musical?

Parece clichê, mas me disseram que desde criança eu sempre disse que queria ser atriz. Eu assistia a um filme de Louis de Funès e depois o encenava para minha família. Eu em todos os papéis, obviamente. Acho que minha mãe me deixou participar de um workshop de atuação para crianças quando eu tinha cerca de 6 anos de idade. Depois, quando eu tinha uns 11 anos, descobrimos que havia uma companhia de teatro musical para crianças em minha cidade natal. Fiz um teste para essa companhia e fiquei com ela até completar 18 anos e me mudar para Viena para estudar.

Na verdade, não havia outra opção em minha mente a não ser fazer isso. Eu (provavelmente de forma bastante ingênua) nem sequer procurei outra formação. Felizmente, deu certo.

Quais são as principais vantagens de ter um treinamento formal de atuação para improvisar?

Pode ser tão simples quanto não ter que pensar em aspectos técnicos. Por exemplo, a arte cênica básica: como uso o espaço no palco, como me posiciono fisicamente em relação ao meu ambiente/minhas parcerias de cena para que o público tenha uma imagem cênica satisfatória. Como posso usar isso para contar minhas histórias também.

Pessoas que são artistas treinadas (idealmente) trazem consigo uma grande consciência de seus corpos e do espaço em que estão.

E talvez (embora eu saiba que isso também é uma questão de gosto e preferência pessoal), as pessoas improvisadoras que também tiveram treinamento formal de atuação não se esquivem de personagens/cenas autênticas e emocionais. Nem tudo precisa ser engraçado.

A improvisação musical é algo que a maioria dos grupos tenta pelo menos uma vez, com resultados muito diferentes. Por que você acha que todos os grupos tentam?

Interessante... Quando comecei, durante anos só conheci a Impro Musical como algo que as pessoas fazem em um ambiente de "jogo", muitas vezes zombando do gênero. E isso pode lhe render uma risada fácil, eu acho.

Mas tenho certeza de que, para muitos, é também uma camada extra de desafio, talvez algo que pareça ser o próximo passo depois de improvisar cenas?

E depois que você vê isso bem feito, é absolutamente mágico. São tantas variáveis juntas que realmente parece impossível! Portanto, entendo perfeitamente o fato de as pessoas quererem experimentar por conta própria!

É interessante o que você diz sobre "zombar do gênero", porque vemos isso além dos musicais. Parece que pegamos dois ou três elementos e brincamos apenas com a superfície.

Sim, essa é uma possibilidade de fazer as coisas. Sabemos que o público fica feliz quando reconhece algo: "ah, sim, é assim que um caubói entra em um saloon!" E não estou dizendo que eu mesma não goste disso. Especialmente quando se trata de espetáculos de jogos, acho que precisamos trabalhar com estereótipos. É muito rápido construir algo do zero.

Mas, obviamente, a forma de arte do teatro musical ocupa um lugar especial em meu coração, então eu queria fazer diferente.

Quais são os principais elementos que um musical improvisado deve ter?

Para mim, ele deve levar o público a uma jornada emocional. Quero que o público ria, chore e experimente todos os tipos de sentimentos. Deve haver ótimas imagens de palco que sejam divertidas de se ver, algumas harmonias encantadoras e, idealmente, um ou dois ganchos que façam com que todo mundo vá para casa cantarolando.

Você tem um novo espetáculo com Anne Rab chamado "Sound Off", no qual você encena sem palavras. Como surgiu esse projeto e o que você estava procurando?

Anne tem se interessado por pantomina e improvisação sem palavras há algum tempo. Nós duas somos jogadoras muito físicas, então um dia ela me perguntou se nosso novo espetáculo com a dupla Bemme & Melange poderia explorar isso.

O espetáculo inteiro é colocado na estrutura de um experimento altamente científico. Estamos perguntando a nós mesmas e ao público quão alto pode ser o nível de "compreensão", se não há nenhuma linguagem falada, mas tudo é dito com nossos corpos e sons emocionais.

Há tantos espetáculos quanto pessoas espectadoras, todas criam suas próprias histórias em suas mentes. Acho que isso é absolutamente maravilhoso.

Qual é o seu superpoder de impro? Qual é a sua kriptonita de impro?

Acho que meu superpoder é que adoro fazer tudo. Adoro histórias grandes, bobas e fantásticas, mas também adoro cenas autênticas bem fundamentadas. E sempre irei resgatá-la se achar que uma pessoa está perdida, mesmo que eu não tenha a menor ideia do que está acontecendo. Terei prazer em me afogar com você.

E acho que minha kriptonita sou eu mesma. Às vezes, posso ficar em um estado de espírito estranho depois de um espetáculo, se não estiver satisfeita com o que fiz. Nesses momentos, sempre penso em Chris Mead. Ele disse algo do tipo que não é permitido ficar infeliz com uma apresentação "ruim" por mais tempo do que é permitido ficar feliz com uma apresentação "boa". Isso geralmente me deixa tranquila.

Quem você acha que deveríamos entrevistar?

Há tantas pessoas interessantes por aí. Obviamente, acho que as pessoas que são minhas colegas de elenco do grupo musical improvisado Salon Spontan são brilhantes: Magda Leeb e Jürgen Kapaun. Também acho que Rama Nicholas é fantástica, Lucy Trodd, Katy Schutte, Gerit Scholz, Ruth Bratt... São muitas, Feña!



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GENÉTICA

GOOD GIRL

por Rhiannon Jenkins (ela/dela) Seção coordenada por Luana Proença (ela/dela) luanamproenca@gmail.com



Algumas das práticas pedagógicas comuns na América Latina que sempre me inspiraram em Teatro são as chamadas Desmontagens Cênicas ou os estudos da Genética Teatral. Uma abertura dos processos de criações onde eles são “desfeitos” parte a parte para que possamos ver como se deu a junção daquela obra. Assim, todos os meses eu vou dar espaço para grupos e artistas abrirem suas criações para uma partilha inspiradora. Se você quiser partilhar sobre o seu processo, entre em contato comigo, Luana Proença.

“Palhaça fatale”... Um mês das mulheres maravilhosas e fortes para toda a gente ao aproveitar esse compartilhamento de Rhiannon Jenkins sobre seu espetáculo "Good Girl". Espera! Tem um texto neste espetáculo, então não é impro… Mas se a improvisação é o fundamento do espetáculo, e é a sua maneira de construir o espetáculo com o público, não é também um tipo de impro? Espere, estou questionando o que é impro? Estou pensando nisso de uma maneira diferente? Espere, isso é bruxaria! Queime essa garota má que está me fazendo questionar, pensar, falar sobre isso com outras pessoas... Você pode ter respostas, eu também posso tê-las. Mas estamos aqui para compartilhar e inspirar. A Impro sobreviverá ao questionamento, e aprenderá, e crescerá, e mudará, e irá viver. Como aquelas que vieram antes. "Somos as netas das bruxas que não puderam queimar".

GOOD GIRL

Good Girl” é uma investigação de uma hora de duração sobre o olhar masculino e a sexualidade feminina através dos olhos da palhaça fatale Rhiannon. O espetáculo foi escrito por Rhiannon Jenkins e Chris Griswold, interpretado por Rhiannon Jenkins e dirigido por Chris Griswold, e estreou em abril de 2023 no The Hope Theatre, Islington. O espetáculo usa paródias musicais, dança, esquete, improvisação, palhaçaria, teatro e interação com o público para analisar as fantasias dos homens em relação às mulheres e virá-las de cabeça para baixo. É engraçado, comovente e sincero, com o objetivo de provocar uma conversa sobre desejo, consentimento e como podemos navegar por essas duas coisas sem, como pessoas, ferirmos umas às outras. Às vezes hilária, às vezes bizarra, às vezes perturbadora e ofensiva, essa é uma tentativa visceral de tirar a comédia do fato de ser objeto do desejo sexual masculino.

O espetáculo começa com um número musical animado e, a partir daí, passo a testar fantasias masculinas específicas com homens da plateia, essencialmente fazendo com que eles representem clichês pornográficos comigo. O final do espetáculo se volta mais para as mulheres da plateia; eu pergunto como elas se sentem em relação ao que viram e experimentaram (no espetáculo e na vida real), e examino mais de perto o que eu poderia querer como um ser humano real, em vez de um recipiente para os desejos dos homens. Em última análise, “Good Girl” é um espetáculo sobre a maneira como as mulheres se contorcem para se misturar ou se destacar em um mundo dominado pelo olhar masculino.

A criação do espetáculo definitivamente aconteceu aos trancos e barrancos; sou muito culpada pela procrastinação, especialmente quando se trata de escrever! Tive a ideia inicial durante a pandemia e comecei a escrever pequenos trechos e a ter ideias para os segmentos mais improvisados. Parte do que desencadeou o espetáculo para mim foi ver minha irmã mais nova se preparando para ir para a universidade e pensar: "Meu Deus, não quero que ela tenha as mesmas experiências que eu". Isso me fez pensar muito sobre como eu navegava pelo mundo quando era adolescente e jovem, e sobre como eu achava que tinha de me comportar para agradar e apaziguar os homens ao meu redor. Fazer 30 anos, creio eu, também foi uma grande parte da criação desse espetáculo. Dei por mim reavaliando muitas das maneiras pelas quais eu achava que tinha de aparecer no mundo como mulher, especialmente percebendo quanta pressão existe para ser atraente e maleável para os homens. Quanto mais eu refletia sobre isso, mais munição eu tinha para o espetáculo.

Algumas das composições saíram com muita facilidade e houve alguns segmentos que estavam praticamente formados desde o início. Mas grande parte da escrita foi um trabalho árduo; definitivamente, sou mais uma intérprete do que uma escritora! Terminei meu primeiro rascunho de um roteiro em dezembro de 2022, enquanto morava com meu atual marido, Chris, na casa dos seus pais na Pensilvânia. Essa foi a primeira vez, em muito tempo, que não estava trabalhando, então tive muito mais tempo para trabalhar as coisas. Isso é algo que acho que artistas muitas vezes esquecem: como é difícil criar quando você também tem que se preocupar em ganhar dinheiro para pagar o aluguel, as contas e se alimentar. Nos últimos dois anos, estive em uma situação estranha; estava esperando meu visto para me mudar para os EUA com Chris, o que significou que tive vários períodos de vários meses em que fiquei legalmente impossibilitada de trabalhar. Por mais que isso tenha sido frustrante, tivemos a sorte de poder ficar com amizades e familiares e de Chris ter conseguido ganhar o suficiente para nos sustentar. Acho que não é possível exagerar o quanto ter esse tempo livre facilitou o processo de escrita. O espetáculo não estaria nem perto de onde está agora se eu não tivesse tido esse tempo livre para escrever.

Durante o tempo que passamos na Pensilvânia, consegui que Chris lesse o roteiro, me ajudasse a dar um toque final e colocasse alguns dos segmentos em pé para trabalhar. Passamos alguns meses trabalhando em conjunto no espetáculo antes de eu voltar para o Reino Unido e fazer a primeira apresentação no The Hope Theatre. Então, é claro, assim que fiz uma apresentação, começamos a reescrever e retrabalhar algumas partes do espetáculo, especialmente o final. O espetáculo evolui toda vez que o apresento; recebemos muito feedback imediato devido ao fato de ser interativo, e sempre encontramos maneiras de ajustá-lo. Agora que estou trabalhando para apresentá-lo nos EUA, também temos trabalhado em algumas reescritas para que algumas das piadas caiam no gosto do público estadunidense! Navegar por essas diferenças culturais tem sido interessante; havia certas referências que eu achava que eram totalmente óbvias para qualquer pessoa (o afundamento do Belgrano por Margaret Thatcher e Nigella Lawson são dois exemplos), mas há muitas coisas da cultura britânica que simplesmente não são pontos de referência para as pessoas estadunidenses.

Vamos levar “Good Girl” ao Pittsburgh Fringe e ao Edinburgh Fringe este ano, e estamos programando espetáculos nos EUA e no Reino Unido. Já faz quase um ano desde a primeira apresentação de “Good Girl”, e a peça é muito diferente do que era quando comecei a escrevê-la. Por meio de workshops e apresentações, descobrimos uma linha transversal que conecta todos as esquetes, e trouxemos o tema abrangente de forma mais clara. Escrevemos, reescrevemos, cortamos, trocamos, editamos e reinserimos várias canções de paródia, além de reformular completamente vários segmentos improvisados. Recebemos o feedback do público, positivo e negativo (incluindo o feedback de alguém que saiu do primeiro espetáculo!) e acho que a peça está mais forte por tudo isso. Agora temos duas versões do espetáculo em andamento, uma para cada lado do Atlântico.

Acho que a maior coisa que aprendemos com a criação desse espetáculo é como um espetáculo de comédia bem-sucedido precisa ser fluido. Por mais que você precise estar muito bem preparada com o material, também precisa ser capaz de se adaptar à forma como o público o recebe. Não sei se algum dia chegaremos a uma versão "finalizada" de “Good Girl”, porque toda vez que o apresentamos, temos novas percepções sobre o que o espetáculo poderia ser. Portanto, se quiser fazer parte da conversa, fique de olho no nosso site e compareça a um espetáculo perto de você!




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IMPROLECTORA

A PESSOA MUSICISTA DE COMÉDIA DE IMPROV

por Por Pamela Iturra (impro.lectora@gmail.com)



Dizem que a música é a linguagem universal, que ela alimenta a alma e dá sentido à vida. Poder improvisar com música, por meio da música ou inspirado pela música é um privilégio e um prazer. Sua presença muda tudo o que acontece no palco. Improvisar música para teatro é uma tarefa altamente complexa, e é por isso que algumas pessoas, a partir de sua experiência e conhecimento, sistematizaram um manual sobre esse assunto fascinante.

HOJE ANALISAMOS

"The Improv Comedy Musician: The ultimate guide to playing music with an improv group" (“A Pessoa Musicista de Comédia de Improv: O derradeiro guia para tocar música em um grupo de improv”), de Laura Hall e Bob Baker.

PERFIL

Laura Hall é a pianista e diretora musical do programa "Whose Line is it Anyway?", um famoso programa de televisão estadunidense de jogos de improv. Bob Baker é improvisador, professor e autor de vários livros sobre música e criatividade. Eles estão em união por sua vasta experiência e interesse mútuo no papel da música na improvisação. O texto foi publicado em 2017, no contexto do retorno do programa às telas, e busca fornecer um guia sobre o que faz uma boa pessoa musicista improvisadora e seu papel em uma companhia teatral de improv.

STATUS

Este livro é único; ele trata de um tópico muito específico e o desenvolve em profundidade. É um guia passo a passo para qualquer musicista que queira se aproximar da arte da improvisação teatral ou se aperfeiçoar em sua função, com base na vasta experiência da autora em teatro e TV. Ele também fornece informações relevantes para direção e docência. O livro foi escrito em inglês, com linguagem técnico-musical clara e acessível a qualquer pessoa interessada na disciplina.

FORMATO

Este manual é dividido em cinco seções, repletas de experiências, dicas e instruções técnicas:

1. Preparando o palco.

2. O coração e a alma da improv musical: transições, acompanhamento com música de fundo e improvisação de músicas.

3. Hora do espetáculo. E agora?

4. Trabalhando com pessoas cantoras e grupos.

5. Uma última análise dos benefícios da improv musical. IDEIAS-CHAVE: SOBRE TRANSIÇÕES

A música pré-espetáculo e pós-espetáculo influencia o público. Escolha-a para dar a ele a energia do espetáculo.

Você deve ter uma estrutura clara para a apresentação.

Estabeleça as chaves para o início, as mudanças de cena e o encerramento.

Comunique-se com a direção, o elenco, a iluminação e toda a equipe.

Flua com a intensidade da cena; acompanhe o clímax com música mais intensa, suavize para apoiar o encerramento e a transição para a próxima cena.

Acompanhe as intervenções de quem apresentada ou do público em formatos que exijam isso.

Use sua criatividade; se o formato permitir, faça piadas musicais ou referências à cultura pop. IDEIAS-CHAVE: SOBRE O ACOMPANHAMENTO COM MÚSICA DE FUNDO

Forneça informações sobre a cena: o local, o período de tempo, a sensação rítmica da cena (frenética, calma, monótona), a emoção da personagem (apaixonada, aterrorizada, com raiva).

Evite tocar muito alto ou se exibir demais; sua função é acompanhar e inspirar.

Lembre-se de que, às vezes, o silêncio é tão poderoso quanto a música.

Crie sua biblioteca pessoal de estilos: filme noir, infantil/brincalhão, romântico, triste/melancólico, movimentado, sensual, música genérica de restaurante ou elevador, mistério, escritório/negócios, patriótico, etc.

Se o formato permitir, você também pode usar referências à cultura popular ou efeitos sonoros. IDEIAS-CHAVE: SOBRE A IMPROVISAÇÃO DE MÚSICAS

Como musicista, sua função é criar uma estrutura clara, simples e bem definida para a música, de modo que quem improvisa possa lhe seguir.

Use padrões simples, de dois a quatro acordes, e repita-os várias vezes.

Torne-os mais complexos à medida que seu elenco ganhar experiência.

Use progressões clássicas de acordes (G-D-Em-C; Bm-A-G-F7; D-C-G-D).

Tente variar o tempo.

Identifique o refrão da música e dê ênfase a ele.

Busque um equilíbrio entre repetição e contraste.

Use estruturas previsíveis (verso - verso - ponte - verso - refrão; verso - refrão - verso - refrão - ponte -refrão).


Para encerrar a música, você pode repetir o refrão, segurar uma nota ou fazer uma mudança no andamento (acelerar ou desacelerar).

Mantenha-se flexível; mudanças repentinas sempre acontecem na improvisação, flua com seu elenco. MELHORES CITAÇÕES

"Aqui estão as três primeiras dicas para se tornar uma excelente pessoa improvisadora de comédia musical: Primeiro, acumule muita experiência tocando a mais ampla variedade de estilos. Em segundo lugar, seja flexível e tenha a mente aberta, não apenas em relação à estrutura de sua música, mas também em relação ao caminho que deseja seguir em sua carreira. E, em terceiro lugar, confie no instinto que você desenvolve ao fazer as duas primeiras coisas."

"Tocar para improv é guiar e seguir ao mesmo tempo e criar algo grandioso por mágica com suas pessoas colegas de equipe."

"Aprender a tocar para improv tem sido uma das partes mais empolgantes, libertadoras e surpreendentes de minha vida musical. Melhorou minha musicalidade e meu ouvido. Transformou-me em uma pessoa artista mais fluida, versátil, corajosa e flexível em qualquer contexto."

*Quero dedicar esta nota a uma pessoa que é minha amiga e docente Mati, por despertar nossa criatividade com sua chuva de sons.





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IMPROMUNDO

WOMAN UP”. DIA INTERNACIONAL DA MULHER

por Hila de Castro



No Dia Internacional da Mulher deste ano, algo incrível vai acontecer: o “Woman Up” será apresentado em sete países diferentes ao redor do mundo: Áustria, Espanha, Alemanha, Bélgica, Colômbia, Canadá e Israel.

A criadora e diretora do espetáculo é Hila Di Castro, uma improvisadora internacional radicada em Israel. "Criei esse espetáculo há dois anos para o Dia Internacional da Mulher em Israel e, desde então, ele vem sendo apresentado em Israel e em todo o mundo. Como viajo muito, levo esse formato e esse espetáculo comigo para todos os lugares que vou. E agora, ele será lançado como um projeto global durante o mesmo fim de semana em seis outros países além de Israel, especialmente para o Dia da Mulher deste ano.


O que é “Woman Up”?

Woman Up” é um espetáculo revolucionário, que quebra tabus, hilário, exposto e super autêntico que tem como objetivo abordar o que é ser mulher neste planeta. A premissa do espetáculo é que não há uma única coisa que defina o que é uma mulher, é uma experiência, às vezes pessoal, às vezes coletiva, e muitas vezes pensamos e sentimos que é pessoal, mas quando falamos sobre isso abertamente e ousamos compartilhá-la, descobrimos que é coletiva.

No espetáculo, são feitas quatro perguntas às improvisadoras no palco, que respondem com histórias e experiências de vida autênticas e pessoais, e essas histórias são a inspiração para cenas e músicas improvisadas.

A força do espetáculo está em seus cinco valores, que também são as notas de direção: diversidade, autenticidade, quebra de tabus, irmandade e solidariedade; e a citação de Ruth Bidder Ginsburg: "Lute pelas coisas em que você acredita, faça isso de uma forma que as pessoas possam acompanhar".

A combinação desses valores com improvisadoras bad ass no palco, que são hilárias e destemidas na forma como ousam ser vulneráveis, cria um espetáculo que tem um grande impacto sobre o público, que não apenas rirá muito e chorará de emoção, mas também se inspirará. Os homens que assistirem ao espetáculo se sentirão inspirados a ouvir mais e a entender melhor como as mulheres pensam e vivenciam este mundo de forma diferente, e as mulheres se sentirão inspiradas a falar em voz alta, sem vergonha e sem pedir desculpas.


O que a levou a lançar esse projeto global?

Meu sonho com esse espetáculo sempre foi, desde o início, que ele pudesse se tornar global, que em todos os lugares do mundo houvesse grupos de mulheres apresentando-o. Mas eu sempre achei que precisava estar lá para apresentar o ensaio e o espetáculo. Isso mudou em dezembro deste ano.

No dia 7 de dezembro, houve um espetáculo do “Woman Up” em Berlim com um elenco incrível, incluindo Inbal Lori, Paula Galimberti, Rama Nicholas e Uta Walter. Eu deveria estar lá para liderar e dirigir o espetáculo, mas com tudo o que aconteceu em Israel em 7 de outubro e desde então, senti que não poderia viajar, não poderia deixar minha família sozinha, então Inbal e eu concordamos que ela lideraria o espetáculo (com minha direção) e eu dirigiria o ensaio pelo Zoom.

Um dia antes do ensaio, um grande amigo meu foi morto na guerra em Gaza. Fiquei arrasada e pedi à Paula que conduzisse o ensaio (já que ela faz parte do elenco internacional do espetáculo, atuou algumas vezes), e eu a orientei sobre como fazer isso. Fiz o que não costumo fazer: dar instruções de longe e me soltar, sabendo que confio totalmente nelas. Depois do espetáculo daquela noite, elas me enviaram mensagens dizendo que tinha sido incrível, e um vídeo da ovação de pé do público no final do espetáculo, que me emocionou e me levou às lágrimas.

A constatação de que o espetáculo continuava perfeitamente, mesmo quando eu não estava lá, abriu novas possibilidades. Imediatamente conversei com minha parceira de negócios, Sheli Rapoport (Equal & Above), e sugeri a ideia de fazer um projeto global com o “Woman Up” Então, entrei em contato com mulheres improvisadoras incríveis que conheço no mundo todo, mulheres que são importantes em suas comunidades de impro, que conheciam o espetáculo e já o haviam apresentado comigo. Elas também aceitaram rapidamente, conseguiram os elencos, os teatros e agendamos os ensaios para que eu os dirigisse à distância. E aqui estamos nós.


Por que foi importante para você se tornar global com esse espetáculo?

Esse espetáculo é mais do que um espetáculo de entretenimento de impro, ele tem o objetivo de criar uma revolução e enviar a mensagem de que as experiências das mulheres neste mundo contam e devem estar no palco principal.

O mundo atual ainda não está totalmente adaptado às mulheres. Se olharmos para a medicina, por exemplo, as dosagens das pílulas são testadas em corpos masculinos, os sinais de ataque cardíaco são diferentes para as mulheres e poucas pessoas sabem disso, e doenças femininas como a endometriose ainda não estão sendo suficientemente pesquisadas. Você sabia que há apenas alguns meses começaram a testar absorventes higiênicos com sangue real? Até poucos meses atrás, eles eram testados com fluidos comuns.

E o mesmo acontece se você observar diferentes setores. Os airbags dos carros são projetados para o corpo masculino, nossos telefones são ajustados para as mãos masculinas; banheiros públicos... e posso continuar falando sobre quase todos os aspectos da vida.

Portanto, não posso deixar de me perguntar: e se as experiências das mulheres neste mundo tivessem sido colocadas no centro do palco (metaforicamente) desde o início da história? Se as características consideradas femininas - como inclusão, suavidade, compreensão e colaboração - fossem apreciadas e consideradas pontos fortes. Fico imaginando como seria o mundo se mais mulheres estivessem em posições de alto status na sociedade. Os corpos das mulheres teriam sido objetificados? Haveria tanta violência sexual? O corpo da mulher seria considerado um espólio de guerra? Haveria mesmo guerras? E como elas seriam? Haveria tanta destruição com pessoas sofrendo nas ruas? Existem documentações históricas de algumas rainhas na história. Uma delas, por exemplo, é Hatchepsut (a única mulher faraó que governou por um período substancial), que liderou a comunidade com o objetivo de não praticar violência. Em sua época, o Egito floresceu.

Quando li o quinto livro de “Game of Thrones”, fiquei pensando em algo que a personagem Yara disse quando lhe perguntaram por que ela deveria governar e não os outros homens: "Eles lhe prometerão guerra e talvez vitória, mas muitas perdas. Eu lhe darei paz e segurança, prosperidade e crescimento". Fico imaginando como seria nosso mundo, nossa realidade, se as mulheres tivessem conquistado seu merecido lugar na sociedade, e anseio que isso aconteça agora. As mulheres representam 51% da população mundial, portanto, não somos uma minoria, e só posso imaginar o que aconteceria se todas nós nos uníssemos e assumíssemos papéis substanciais na liderança de nosso mundo de uma forma orientada para o feminino.

Este espetáculo não é contra os homens, pelo contrário, nós os vemos como nossos aliados, não é uma pessoa contra a outra, pode e deve ser uma colaboração. Não se trata de quem é melhor, mas de coexistir, lado a lado.

Por que as mulheres que você abordou queriam fazer esse espetáculo?

Vou deixar que elas respondam a essa pergunta.

Naomi Snieckus: "Sempre que tenho a chance de trabalhar com essas incríveis artistas internacionais, eu aproveito. Fazer parte de algo como isso em todo o mundo só pode mudar as coisas para melhor"

Sara Šoukal: "Acredito firmemente que qualquer tipo de performance/obra de arte é uma declaração política. Também acredito firmemente que isso não significa que a arte tenha que ser séria e pesada. Divertir-se no palco é tão importante quanto enviar uma mensagem. O espetáculo 'Woman Up' faz as duas coisas"

Paula Galimberti: "A primeira vez que fiz o espetáculo 'Woman Up' me senti tão bem e tão inspirada, cercada por mulheres e improvisadores tão incríveis, que depois, quando pensamos em fazer o espetáculo 'Woman Up' na Espanha e também em todo o mundo, só pude dizer sim".

Lena Breuer: "Precisamos de mais mulheres contando histórias no improviso. De uma vez por todas. Em todo o mundo, nossa forma de arte ainda é dominada por homens e projetos como o 'Woman Up' são muito importantes não apenas para o público da noite, mas também para a comunidade em geral."

Anne Rab: "Foi incrivelmente revelador e muito inspirador para mim falar sobre mulheres e coisas femininas que normalmente não se vê ou ouve no palco."

Charlotte de Metsenaere: "A irmandade merece destaque. Reconhecer a irmandade no palco é crucial para o desenvolvimento de cada indivíduo, em qualquer idade."

Informações sobre os espetáculos:

ISRAEL (Tel Aviv), 6 de março. Elenco: Hila Di Castro, Avia Dahan, Michal Atlas, Adi Lev, Sarit Gai-Cohen.

ESPANHA (Madri), 7 de março. Elenco: Paula Galimberti, Ana Morgade, Laura Márquez, Encarni Corrales.

CANADÁ (Toronto), 8 de março. Elenco: Naomi Snieckus, Kayla Lorette, Aurora Browne, Natasha Bromfield, Trisha Black.

BÉLGICA (Kampenhout), 8 de março. Elenco: Charlotte de Metsenaere, Marieke Mandemaker, Sophie Van den Eynden, Karen Aerts.

ALEMANHA (Colônia), 8 de março. Elenco: Lena Breuer, Laura Berkemeyer, Annette Krumreihn, Corinna Armbrüster.

ÁUSTRIA (Viena), 8 de março. Elenco: Anne Rab, Anne Weiner, Sophie Kozeluh, Nina Marie Mayer.

COLÔMBIA (Bogotá), 14 de março. Elenco: Sara Šoukal e Buena Onda Impro Festival Elenco.


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